João Pessoa (PB) e Aracaju (SE): sobre processos modernização e Arquitetura Moderna
Abstract
As décadas de 1950 e 1960 representam importante momento de desenvolvimento para o país, no qual cidades médias passaram por intenso processo de modernização impulsionado por um projeto desenvolvimentista que teve particular repercussão na região Nordeste. O discurso desenvolvimentista que impulsionou os processos de modernização de muitas capitais nordestinas estava assente em imagens como o automóvel, o arranha-céu e a difusão do vocabulário da arquitetura moderna no Brasil. Cidades como João Pessoa e Aracaju promoveram importantes transformações urbanas que visavam legitimar uma condição de progresso e modernidade criando novos eixos de expansão urbana, erguendo prédios altos e renovando a paisagem urbana através da recepção de elementos como telhados borboletas, volumes prismáticos e pilares em “V”. A presente comunicação visa analisar, as possíveis aproximações entre o discurso e os processos de modernização realizados nessas capitais nordestinas. O foco desta comunicação ajusta-se ao processo de difusão e recepção da arquitetura moderna no Brasil dentro do recorte temporal já mencionado, através de uma análise comparativa entre a produção dessa arquitetura nas cidades de João Pessoa e Aracaju. A produção de arquitetura moderna em João Pessoa está, em alguma medida, vinculada à atuação de profissionais vindos de Recife (PE) como Acácio Gil Borsoi e à formação de arquitetos paraibanos pela Escola de Belas Artes de Pernambuco, além da vida intelectual e cultural desta capital. Por outro lado, a produção de arquitetura moderna em Aracaju embora tenha sido realizada em grande medida através da atuação de desenhistas e engenheiros, apesar da proximidade de Salvador (BA), outro importante centro cultural no Nordeste, apresenta elementos de um mesmo vocabulário moderno – um processo que se intensificou Pós-Brasília. Assim, como circularam as ideias que impulsionavam o desejo e a busca por processos de modernização e por uma dada imagem de modernidade em duas capitais nordestinas de porte médio?
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