Mies e a primazia das relações entre espaço, estrutura e fechamento
Resumo
Considerando o papel chave que desempenham as relações entre espaço, estrutura e fechamento na construção da forma moderna, propomos examinar algumas das obras mais relevantes de Mies van der Rohe a partir dos seus planos de fechamento. O objetivo é questionar como estes elementos se combinam para estabelecer diferentes formas de relacionar os espaços internos e externos, e compreender que tipo de cidade estas arquiteturas tem o potencial de gerar. Analisaremos as fachadas de Mies, sintetizando suas diferentes formas de abordar a resolução de conflitos entre espaço, estrutura e fechamento, na seguinte sequência de obras: primeiro, as casas de tijolo da década de 1920, como a Casa Erich Wolf (1925-27) e a Casa Hermann Lange (1928), em que Mies elimina os elementos construtivos visíveis por paredes de tijolo perfuradas por esquadrias metálicas, dando às paredes o valor ambíguo de se comportar ao mesmo tempo como elemento construtivo massivo e como cortina de luz; após, o Pavilhão de Barcelona (1928-29) e a Casa Tugendhat (1929-30), onde ordem geométrica e espaço contínuo são concebidos independentemente da estrutura; e, por fim, as casas Farnsworth (1945-50) e Fifty by Fifty (1950-51), onde a estrutura se impõe como resolução essencial e sintética da forma arquitetônica, enquanto o espaço se reduz ao vazio absoluto. Deste modo, buscaremos investigar como temas arquitetônicos recorrentes na produção de Mies perpassaram sua obra e se desenvolveram ao longo das décadas.
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Referências
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