Subúrbio e arquitetura moderna
arquiteturas-paisagem de Oswaldo Bratke e Lina Bo Bardi
Resumo
Na historiografia da arquitetura moderna, os subúrbios projetados por arquitetos com produções reconhecidas têm sido menos examinados do que as casas por eles construídas em tais parcelas. Oswaldo Bratke (1907-1997) e Lina Bo Bardi (1914-1992), arquitetos modernos atuantes em São Paulo, exemplificam bem essa questão. Pouco se sabe que o bairro Paineiras do Morumbi (1949), um dos subúrbios que Bratke projetou para o distrito do Morumbi, foi o local onde ele construiu sua residência própria (1951) e a casa de Oscar Americano (1952), entre outras obras destacadas de sua produção. Do mesmo modo, o Conjunto Itamambuca (1965), uma proposta de subúrbio pensada por Bo Bardi para a cidade de Ubatuba, não figura entre os seus projetos mais conhecidos, como é o caso da sua magistral Casa de Vidro (1949) e da Casa Valeria Cirell (1958), ambas também construídas no Morumbi, em outros bairros suburbanos implantados nas vizinhanças daquele planejado por Bratke. Postos lado a lado, os projetos do Paineiras do Morumbi e do Conjunto Itamambuca, embora separados no tempo por mais de quinze anos, levantam questões comuns, e ainda relevantes, para a apreciação crítica da arquitetura e do urbanismo modernos. O trabalho procura iluminar a relação entre a arquitetura moderna e o subúrbio, através das figuras de Bratke e Bo Bardi, examinando não apenas a arquitetura da casa, mas o que se poderia chamar de arquitetura de um território, ou para usar o termo da revista Habitat dos Bardi, “arquiteturas-paisagem”.
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